O que é DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio?

Entenda o que é DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) e como esse parâmetro é essencial para medir a poluição e qualidade da água.

Entenda o que é DBO e por que esse parâmetro é essencial para avaliar a qualidade da água

A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), também conhecida como Demanda Biológica de Oxigênio, é um dos principais indicadores para avaliar o grau de poluição em ambientes aquáticos, como rios, lagos e corpos receptores de efluentes domésticos e industriais. Trata-se de uma medida que representa a quantidade de oxigênio dissolvido necessária para que microrganismos aeróbios decomponham a matéria orgânica presente em determinada amostra de água. Este parâmetro é amplamente utilizado por órgãos ambientais, pesquisadores e empresas no monitoramento da qualidade da água, pois reflete diretamente a carga orgânica lançada nos ecossistemas hídricos e o impacto ambiental que isso pode causar.

Em um cenário em que a preservação ambiental e o uso sustentável dos recursos hídricos se tornam cada vez mais urgentes, compreender a DBO e suas implicações torna-se essencial tanto para profissionais da área ambiental quanto para o público em geral, que depende diretamente da qualidade da água para viver e prosperar.


A importância da DBO na avaliação da poluição hídrica

A DBO é considerada um dos mais eficazes e confiáveis parâmetros para medir a poluição orgânica da água. Quando a matéria orgânica – seja ela proveniente de esgotos domésticos, resíduos industriais, agrícolas ou até mesmo de fontes naturais – entra em contato com um corpo d’água, ela se torna alimento para uma série de microrganismos presentes nesse ambiente. Esses microrganismos, principalmente bactérias aeróbias, iniciam um processo de decomposição biológica, utilizando o oxigênio dissolvido na água para metabolizar a matéria orgânica.

Esse consumo de oxigênio diminui a concentração disponível para outros organismos aquáticos, como peixes, crustáceos e plantas submersas, podendo levar a episódios de estresse biológico ou até à morte desses seres vivos. Portanto, quanto maior a DBO, maior a quantidade de matéria orgânica na água e, consequentemente, maior o grau de poluição.


Como a DBO é medida e o que significam seus valores

A medição da DBO é feita por meio de um processo laboratorial padronizado, onde uma amostra de água é coletada e mantida em um ambiente controlado por um período que geralmente varia de cinco a sete dias, a uma temperatura de 20 °C. Durante esse tempo, observa-se a quantidade de oxigênio consumida pelos microrganismos durante a decomposição da matéria orgânica. Esse consumo é expresso em miligramas de oxigênio por litro (mg/L).

Valores baixos de DBO (abaixo de 5 mg/L) indicam que a água tem boa qualidade e baixa presença de matéria orgânica. Já valores elevados (acima de 10 mg/L) sinalizam que há muita matéria orgânica a ser decomposta, o que caracteriza um ambiente poluído ou com alta carga de efluentes. Valores extremamente altos podem chegar a 1000 mg/L em águas altamente contaminadas, como em casos de lançamento de esgoto bruto sem tratamento.


Impactos ambientais da alta DBO nos ecossistemas aquáticos

Quando um corpo d’água apresenta altos índices de Demanda Bioquímica de Oxigênio, ocorrem desequilíbrios ecológicos graves. O consumo excessivo de oxigênio dissolvido limita a sobrevivência de espécies sensíveis, podendo gerar zonas mortas, onde praticamente nenhum organismo superior consegue viver. Além disso, o aumento da atividade microbiana pode liberar outros subprodutos da decomposição, como amônia, sulfetos e metano, que também afetam negativamente a qualidade da água.

A mortalidade em massa de peixes, alterações na fauna bentônica (organismos que vivem no fundo dos rios e lagos) e a proliferação de algas e cianobactérias são consequências comuns de corpos hídricos com alta DBO. Esses eventos, além de impactarem a biodiversidade, geram prejuízos sociais e econômicos, especialmente em regiões que dependem da pesca, do turismo ou da captação de água para consumo humano.


Diferença entre DBO e DQO: entenda os dois parâmetros

Apesar de estarem frequentemente associados, a DBO e a DQO (Demanda Química de Oxigênio) são parâmetros distintos. Enquanto a DBO mede apenas a fração biodegradável da matéria orgânica, ou seja, aquela que pode ser consumida por microrganismos vivos, a DQO representa a quantidade total de oxigênio necessária para oxidar toda a matéria orgânica – biodegradável e não biodegradável – por meio de agentes químicos, como o dicromato de potássio em meio ácido.

Ambas as medições são úteis em contextos diferentes. A DBO é mais adequada para avaliar os impactos ecológicos e o grau de poluição que afeta diretamente os organismos vivos. Já a DQO é frequentemente utilizada em controle de processos industriais e no monitoramento de eficiência de tratamento de efluentes. A relação entre DQO e DBO também pode indicar a proporção de matéria orgânica de fácil degradação presente na amostra.


A DBO como ferramenta na gestão ambiental e no tratamento de efluentes

A Demanda Bioquímica de Oxigênio desempenha papel fundamental no planejamento e na execução de políticas públicas de saneamento e preservação ambiental. Empresas que lançam efluentes em corpos d’água precisam monitorar constantemente os índices de DBO de seus resíduos líquidos, respeitando os limites estabelecidos pela legislação ambiental vigente, como os parâmetros definidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

Nas estações de tratamento de esgoto (ETEs), o controle da DBO é utilizado como indicador da eficiência do processo de tratamento. A redução dos valores de DBO entre a entrada e a saída da estação é um sinal de que a matéria orgânica foi devidamente removida, minimizando os impactos ambientais do lançamento dos efluentes tratados nos corpos receptores.


Educação ambiental e conscientização sobre a importância da DBO

A sociedade tem um papel importante na preservação da qualidade dos corpos hídricos. A conscientização sobre os impactos da poluição orgânica e a importância de parâmetros como a DBO pode influenciar comportamentos individuais e coletivos, promovendo práticas mais sustentáveis, como o descarte correto de resíduos, o uso racional da água e a cobrança por políticas públicas mais eficazes de tratamento de esgoto.

Além disso, programas de educação ambiental voltados para escolas, comunidades e empresas podem ajudar a disseminar o conhecimento técnico de maneira acessível, incentivando ações de monitoramento participativo da qualidade da água e contribuindo para a formação de uma cultura de respeito aos recursos naturais.


Conclusão

A Demanda Bioquímica de Oxigênio é muito mais do que um simples dado técnico: trata-se de uma ferramenta essencial para a compreensão dos impactos da atividade humana nos ecossistemas aquáticos. Ao refletir a quantidade de matéria orgânica presente na água e o esforço necessário dos microrganismos para decompô-la, a DBO se torna um indicador direto do grau de poluição hídrica.

Compreender a DBO é essencial para qualquer estratégia eficaz de gestão dos recursos hídricos. Desde ações públicas até a responsabilidade corporativa e a educação da sociedade civil, todos os setores têm a ganhar com o uso consciente dessa informação. Proteger os corpos d’água, reduzir a poluição e garantir a biodiversidade aquática dependem de uma leitura criteriosa e constante de parâmetros como este.

A análise da DBO, portanto, deve ser incorporada não apenas ao monitoramento técnico dos corpos hídricos, mas também à cultura ambiental das comunidades. Afinal, água limpa e saudável é um dos pilares fundamentais para a vida, o desenvolvimento sustentável e o futuro das próximas gerações.

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